Convém sempre, antes de um ano acabar, agradecer cada dia que passou. Nessa inevitável retrospectiva lembramo-nos dos melhores momentos, daqueles que mais nos marcaram nos últimos 365 dias. Para mim, muitos deles são das viagens que faço, das diferentes culturas com que me vou cruzando, das paisagens que vou vendo. Nada, na minha opinião, é tão enriquecedor quanto viajar, por isso, sempre que posso, levo as minhas filhas. Fiz o mesmo com o meu filho Tomás que agora, já adulto, me agradece todas essas experiências. Espero que ele consiga proporcionar ao seu filho muitos passeios à descoberta de um mundo, hoje em dia, bem mais fácil de percorrer…
À laia de despedida de 2016 partilho aqui, neste blog onde vou deixando um pouco de mim, fotos das melhores viagens que fiz ao longo deste ano que agora termina. A qualidade das imagens não é profissional, são sempre fotografias tiradas com o meu Iphone, a maior parte das vezes pelo meu marido ou pelas minhas filhas Rosa e Ana, de 13 e 11 anos respectivamente, que se queixam de nunca lhes atribuir os créditos. Aqui ficam. Aos 3, obrigada!
Ao meu marido tenho ainda de agradecer a viagem ao Botswana, um sonho que acalentava há muito embrulhado como presente de anos a 12 de Novembro. Uma viagem que jamais esquecerei. Guardo em mim, desde a primeira vez que pisei terra africana, o cheiro e a luz de África, o continente que mais mexe com os meus sentidos… E o Botswana é África em todo o seu esplendor.
Mas nem só de distâncias longínquas se fazem os bons momentos. Fui, também, “para fora cá dentro”. No início do ano redescobri o Porto, uma cidade que fervilha em todas as esquinas e dei-o a conhecer às minhas filhas durante dois dias como verdadeiras turistas. Escrevi aqui, na altura, um post intitulado “‘Prisioneira’ do Porto”, que relata como gostei desse fim-de-semana.
Em Março, aproveitando as férias da Páscoa das minhas filhas, fomos ao Dubai. Não conhecia os Emirados e tinha alguma curiosidade em ver ao vivo a cidade erguida, em poucos anos, no meio do deserto. Vim de lá com mixed-feelings que dei conta no post “O que gostei e o que não gostei no Dubai”. Se uma visita a este Emirado faz parte dos seus planos para 2017, talvez o texto lhe seja útil…
Confesso que, para mim, o Dubai trazia “água no bico”… Há muitos anos que queria conhecer o deserto do Dubai, onde alguns dos melhores pilotos de todo-o-terreno testam os seus novos carros. Seria impensável visitar o Emirado sem passar uns dias nesse mar seco que tanto amo. Costumo dizer que, se mandasse no mundo, não deixaria ninguém morrer sem conhecer o deserto. Não mando no mundo mas ainda mando alguma coisa em minha casa, por isso arrastei a minha família para as gigantes dunas de areia que se estendem entre as fronteiras da Arábia Saudita e de Abu Dhabi e que escondem um hotel inesquecível. Partilhei-o aqui por ser mesmo “once in a lifetime experience.”
O meu filho Tomás decidiu casar-se no Alentejo em Junho. Uns meses antes, foi necessário fazer, como se diz em filmagens de cinema e de televisão, uma repérage: o reconhecimento do local. Para isso resolvi passar um fim-de-semana na TEIMA, em São Teotónio, perto do sítio onde seria o casamento. O monte é de uns amigos meus, mas não foi por isso que escrevi sobre ele. Foi, apenas, por ser magnífico. A opinião é minha e dos utilizadores do booking.com que atribuem à TEIMA uma pontuação de 9.8 – Excepcional (numa escala de 10). Acho que não é preciso dizer mais. Só que vale mesmo a pena experimentar!
Em Maio passamos 3 dias em Roma, cidade que as minhas filhas não conheciam, e onde eu já não ia há vários anos. Visitámos dezenas de igrejas, apresentámos as miúdas a Caravaggio, o notável pintor representante do estilo barroco, percorremos a Basílica de São Pedro, o mais importante edifício religioso do catolicismo, palmilhámos a Via Margutta de Woody Allen, espreitámos o Coliseu, enfim… também comemos divinalmente e viemos rendidos. “Roma é a obra mais bela e útil do destino”
Tenho um amigo, Comandante da TAP, que de vez em quando me dá umas “boleias” até ao Rio de Janeiro, Miami, Nova Iorque… (eu sei, nesta altura está a dizer baixinho: “sortuda”!)
No início de Setembro, depois de um Agosto de Algarve memorável, fui com ele à Big Apple. Estivemos por lá apenas 2 dias mas deu para rever amigos, para jantar em restaurantes fantásticos como o Indochine, e para eu ficar, outra vez, hospedada no Hudson, um hotel que adoro, sobre o qual já aqui falei.
“I want to wake up in a city, that doesn’t sleep, and find I’m king of the hill, top of the heap…”
E como lhe disse no ínicio deste post (que já vai longo!) o meu marido embrulhou-me uma viagem a África e deu-me de presente de anos. Partimos a 12 de Novembro (o dia seguinte ao meu aniversário) na Emirates rumo a Cape Town (com uma escala de cerca de duas horas no Dubai). A meio do percurso fui surpreendida pela tripulação com um bolo de anos e os parabéns cantados por várias hospedeiras. Atenções e pormenores que fazem a diferença…
Chegamos a Cape Town 20 horas após termos saído de Lisboa sem tempo para perder. Tinhamos apenas um dia e meio para conhecer a cidade que alberga o Cabo da Boa Esperança, com quilometros e quilometros de uma costa linda, de praias habitadas exclusivamente por pinguins (Boulders Beach), com mais e mais quilometros de vinha (e suas respectivas adegas) onde Baco perderia a cabeça, tudo isto instalados num hotel (que pode ver aqui) de onde não apetece sair… Soube a pouco mas foi bom. Cape Town é uma cidade linda mas, como pode ver nas fotos que se seguem, muito ventosa em Novembro.
Da Cidade do Cabo voamos para Joanesburgo e de lá para Maun já no Botswana, onde um monomotor nos esperava para nos levar ao lodge em Chobe, região conhecida como a capital dos elefantes. Estima-se que 50 mil elefantes vivam em Chobe (o primeiro parque nacional do Botswana), sendo considerada a maior concentração de elefantes em África.
Novembro é o fim da estação seca no Botswana e em Chobe a paisagem árida obriga os animais a deslocarem-se para as poças de água existentes. Isso faz com que seja relativamente fácil ver todos os animais que vivem na savana africana. Tivemos a sorte de nos cruzarmos com quase todos. Acho que só não vimos chitas e rinocerontes… Mas não faz mal. Assim tenho uma desculpa para voltar!
Chegar ao Delta do Okavango era realizar um sonho e isso pode ser perigoso. As expectativas muito altas, por vezes, provocam desilusões… Mas o Delta não foi o caso. Ficamos instalados no Eagle Island Lodge (da cadeia Belmond, a mesma dos hoteis em que ficamos em Cape Town e em Chobe), um lodge fantástico que torna pobres todas as palavras para o descrever.
Vivemos experiências iinesquecíveis: passeios de barge pelo Okavango com hipopótamos e crocodilos a um metro de distância, um voo de 40 minutos, num helicopetro sem portas, a sobrevoar a savana repleta de animais, safaris de carro à noite apenas com a luz da lua e de uma lanterna, enfim… Tudo o que eu possa tentar dizer sobre esta viagem é pouco. Muito pouco.
Só me ocorre uma palavra: obrigada. Ao Nuno e a África.
O Delta do Okavango será sempre a minha melhor memória de 2016! E é com essa memória ainda fresca de cheiros, de luzes, de sons, que lhe desejo um 2017 fantástico, com tudo de bom!
FG