As estrelas-do-mar da minha infância estão de volta à praia. Há anos que não conseguia ver uma e, esta semana, ao fim do dia, quando a maré vaza aqui por terras algarvias, elas juntam-se em pequenos grupos. Há muitas! Não imaginam a minha felicidade. Voltei a ter 11 anos, a idade da minha filha Ana que, tal como eu, tem uma paixão por estas estrelas molhadas que parecem caídas do céu. Isto dos genes tem que se lhe diga… O entusiasmo dela é igual ao meu quando tinha a sua idade: quer trazê-las para casa, dá-lhes nomes, fica até ao sol se pôr (literalmente) a admirá-las. E eu recuo muitos anos (é escusado dizer quantos!) e fico tão encantada quanto ela.
Hoje, na condição de amanhã as devolver ao mar, deixei-a trazer para casa, num saco de plástico cheio de areia e água salgada, a “Emingarda” e a “Brocolina” (que bom gosto tem esta minha filha para nomes…). E aqui está ela, sem arredar pé, fascinada. Como eu ficava. Os dias (e noites!) no Algarve estão fantásticos e a água do mar parece aquecida. Talvez essa conjugação maravilhosa seja um convite a esta romaria de estrelas-do-mar. Como eu as entendo… E como lhes agradeço!
FG